8.11.12

Sobre a explanação dos sentimentos no meio virtual


Me peguei divagando:

Sempre achei e ainda acho essa coisa de colocar no facebook como estou me sentindo, seja pro bem ou pro mal, algo piegas, sem sentido e de certa forma futil. É uma maneira de chamar atenção para receber algum tipo de afago, porque de outra forma nao receberiamos.

As pessoas quando perguntam "como voce esta" nao querem de fato saber, é so pra iniciar uma conversa ou qualquer coisa do tipo. Se voce falar de algum problema, elas acharão um saco.

E ai as pessoas recorrem para o facebook. Eu mesmo devo ter bloqueado uma quantidade razoavel de pessoas porque a cada 5 minutos postavam alguma reclamação ou algo super feliz sobre o dia.

As pessoas que irão curtir uma postagem do tipo "To meio mal :/" provavelmente nao se importam de verdade. Irão comentar coisas como "nao fica assim" ou "isso passa", mas de fato pouquissimas pessoas se importarão de verdade com o problema da pessoa que postou, ou perguntarão a ela o que aconteceu.

Seria isso uma banalização da tristeza/felicidade? Geralmente são as mesmas frases que geram sempre os mesmos comentarios, e todo mundo sai achando que ta cheio de amigos ou entao que é um psicologo por dar conselhos decorados sem sequer querer saber do problema.

Mas o mais engraçado da coisa é que mesmo pensando dessa forma, me peguei algumas vezes durante o dia de hoje pensando em postar algo sobre o que eu estava sentindo. Eu nao sou de falar dos meus sentimentos pra ninguem. Eu sou bem aberto quanto a ouvir, mas falar é dificil pra mim. E hoje me peguei em um dia que deveria ser bom, mas nao foi tao bom assim. Nao que eu queira falar sobre isso ou que eu precise de algum tipo de atenção.

Era mais pra ilustrar que, quando a coisa realmente aperta, quando nos vemos diante de sentimentos ou acontecimentos que não são comuns e nos incomodam de alguma maneira, nossa tendencia a jogar nossa filosofia pessoal e nosso modus operandi no lixo é maior. Nessas horas todo o arcabouço teorico que voce tem nao serve pra nada, e aquele seu exemplar de algum livro de filosofia se torna apenas enfeite de estante.

Mas são apenas divagações...

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