Carta
aos soldados:
Homens!
Levantai
os estandartes! Um mundo novo se aproxima, e tal vem a galope!
Depois
da batalha de Toba Fushimi, não há mais no céu sequer estrela brilhando sobre o
xogum, e não se ouve mais os uivos dos Lobos de Mibu.
Não
há pólvora que nos refreie, não há lâmina que nos dobre nem lança que nos
perfure!
Exaltem
o imperador! Expulsem os bárbaros! E expulsem esse que se denomina o grande
general, que usurpou o trono junto com seus comparsas por várias gerações, e
que oprimiu o povo sem pestanejar. Mas agora a luz do grandioso astro rei
voltará a brilhar em nosso solo sagrado, onde nosso divino imperador,
descendente direto da deusa-sol Amaterasu, ocupará o trono e guiará o povo
japonês para a glória!
Marchemos
todos! Não ficaremos para trás! Os homens de Satsuma e Tosa já estão à caminho
de Tokyo, e nós ainda estamos nos refestelando em Osaka. Pois que comemoremos
brandindo nossos espíritos e lançando nosso chumbo sobre os homens de Tokugawa.
Avante!
Nós que somos povo, nós que somos pobres, nós homens livres seremos a chave
mestra que guiará nossa nação para o esplendor e para o apogeu! Nossa raça
superior subjugará estes malditos bárbaros vermelhos que nos humilham há
décadas e devolverá o Japão para seu lugar de origem, os céus!
Escondam-se
cães, chorem covardes, ou sejam dignos o suficiente para lavar sua honra com
seu próprio sangue. Os homens de Choshu não terão dó de suas lágrimas nem rirão
de suas vestes molhadas, pois vocês não merecem nem nossa pena nem nosso
escárnio. Merecem apenas uma morte sem luz, sem honra e sem compaixão, pois o
povo não quer mais açoites e tristeza, humilhação e desprezo. O futuro bate à
porta, e somos nós quem vamos abri-la.
Takasugi Shinseki
Capitão da Milícia Kiheitai
Ano 1 da Era Meiji, ou 1868
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