- Mas papai, por que eu? Não
poderia ser o filho de algum escravo?
- Não diga bobagens, Tlaloc não
aceitaria nada que viesse de escravos.
- Mas se o que importa são as
lágrimas, faz mesmo diferença se são lágrimas da escravaria ou da realeza?
- Meu filho, ouça com atenção:
nossas terras estão sendo invadidas por todos os lados. Os demônios brancos têm
trazido seus monstros para nos atacar, e sua couraça é tão espessa que nossas
macuahuitl não conseguem atravessa-las e espedaçam-se ao choque. Fora isso,
vários povos tem nos traído e aliado-se aos invasores, queimando nossas
plantações e matando os cidadãos. O caso é critico, e não podemos nos dar ao
luxo de ofertar algo comum. Entenda.
-Eu achei que deveria me tornar um
guerreiro. Eu seria muito mais útil no campo de batalha.
-Voce demoraria muito para tornar-se
capaz de lutar. A chuva é mais importante agora.
- Bem, e do que adiantará a chuva
de Tlaloc?
- Talvez, meu
filho, o deus contente-se conosco e faça chover fogo sobre o inimigo. Se ele
não contentar-se tanto assim, apenas uma chuva normal já bastará para irrigar
os campos e trazer comida para nosso povo. Veja, chegamos. Não esqueça: chore
bastante.
- E se eu não conseguir chorar?
- Não se preocupe, os sacerdotes
cuidarão disso.
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